Teresa Fernandes Swiatkiewicz

Teresa Fernandes Swiatkiewicz concluiu licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas e mestrado em Teoria da Literatura na FLUL. É professora de inglês em Setúbal. Concluiu licenciatura em Filologia Polaca na Universidade de Varsóvia e doutoramento em Estudos de Tradução na FLUL. É tradutora e investigadora de literatura polaca. Na qualidade de membro-integrado do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias desenvolve investigação no âmbito dos Estudos Luso-Eslavos. Na qualidade de colaboradora do Centro de Estudos Comparatistas participa nos trabalhos de pesquisa do grupo Posthuman – Imaginação Literária Pós-Humanista. 
Em 2012, foi condecorada pelo Presidente da República da Polónia, Wladysław Komorowski, por promover a cultura polaca em Portugal. Em 2020, recebeu da APT uma menção honrosa pela tradução de Viagens de Olga Tokarczuk (Cavalo de Ferro) e, em 2022, foi-lhe atribuído o Grande Prémio de Tradução Literária Francisco Magalhães pela tradução de Casa de Dia, Casa de Noite de Olga Tokarczuk (Cavalo de Ferro). 
Faz investigação na área da literatura polaca do pós-guerra. Um dos seus projetos de vida é a tradução da poesia de Wisława Szymborska em antologias temáticas comentadas, um projeto já com três publicações: Um Passo da Arte Eterna (Esfera do Caos) sobre poesia ecfrástica; Uma Noite de Insónia (Manufactura) sobre poesia ecocrítica e Um Inconcebível Acaso (Edições do Saguão) que reúne poemas autobiográficos.
Outro dos seus projetos de vida é a elaboração de biografias literárias de carácter ensaístico de autores polacos como Wisława Szymborska, Zbigniew Herbert, Witold Gombrowicz e Olga Tokarczuk. A ideia de escrever biografias literárias, diferentes das tradicionais biografias que narram cronologicamente a vida de determinadas pessoas, surgiu com a tradução para português das obras dos referidos autores que, de uma forma relativamente franqueada, facultam uma multitude de dados biográficos que reclamam um trabalho de investigação e divulgação. Assim nasceu a biografia literária de Wisława Szymborska A Vida não Está à Venda (Manufactura) que apresenta um conjunto de ensaios sobre aspetos da vida pessoal, social e literária da poetisa, implícitos na sua obra, Em fase de elaboração encontra-se a biografia literária de Zbigniew Herbert intitulada A Natureza do Diamante
É co-autora com Ricardo Gil Soeiro da antologia de ensaios sobre Wisława Szymborska, O Nada Virado do Avesso (Poética Edições). A investigação na área da literatura polaca avulta ainda em artigos publicados em revistas científicas e periódicos como o Jornal de Letras e Expresso. 
Outra das suas áreas de investigação é a tradutologia no par de línguas polaco-português. Desta investigação resultaram alguns trabalhos publicados sobre técnicas de tradução na revista DiacríticaCompendium e Postscriptum Polonistyczne.
É tradutora de alguns dos mais conceituados autores polacos: Wisława Szymborska, Zbigniew Herbert, Witold Gombrowicz, Stanisław Lem e Olga Tokarczuk. 

Teresa Fernandes Swiatkiewicz

Author Narrativa autobiográfica

Quem somos e o que fazemos depende tanto de nós como das «pessoas que encontramos pelo caminho» — assim se defendia Wisława Szymborska, quando lhe lembravam que fora filiada num partido de má fama.
Neste caso, uma família de professores — a começar pelo bisavô, mestre-escola no Alentejo — deu exemplo tão edificante e inspirador que Teresa, filha mais velha de Maria Paulina e Manuel Leonardo, nunca vislumbrou outra profissão que não fosse a de professora… faltou-lhe a imaginação da irmã Paula que rompendo a tradição decidiu ser engenheira.
Além do gosto pelo ensino do inglês e do convívio com adolescentes, Teresa apreciava ainda o ambiente afável e, muitas vezes, divertido, da sala de professores. Até que um dia, por ser falante de uma língua pouco falada em Portugal, começou a fazer tradução literária do polaco e descobriu que aquela era afinal a sua vocação. Antes de mudar de vida, porém, avaliou como seria a vida na profissão de tradutora — precariedade laboral, honorários baixos e congelados há anos; recibos verdes; indefinição estatutária oscilante entre tradutor-autor e tradutor-prestador de serviços; consequente indefinição fiscal. E seguro de saúde? E reforma? Eram tantas as incógnitas que uma voz interior com sotaque alentejano lhe sussurrou ao ouvido: «Queda-te quieta!»
No dia seguinte, voltou à escola e, com alívio, saudou os alunos: «Good morning, class!».
A tradução continuou a ser o que era — um passatempo maravilhoso.

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