Everton V. Machado

Everton V. Machado (1975) é natural do estado brasileiro de Minas Gerais. Investigador e professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, doutorou-se em Literatura Comparada pela Sorbonne em 2008. De entre os trabalhos académicos que publicou, destacam-se a edição em França do primeiro romance de língua portuguesa da Índia, Os Brâmanes, de Francisco Luís Gomes (Les Brahmanes, Classiques Garnier, 2012, republicada em 2016 na prestigiada colecção de obras da literatura universal “Classiques Jaunes”), e o estudo O orientalismo português e as Jornadas de Tomás Ribeiro: caracterização de um problema (Biblioteca Nacional de Portugal, 2018), finalista do Prémio PEN Clube de 2019 na categoria Ensaio.
A poesia apareceu-lhe muito cedo, tendo publicado, dos 11 aos 13 anos de idade apenas, três recolhas em edição de autor que despertaram a atenção de nomes importantes da literatura brasileira, entre os quais, Carlos Drummond de Andrade e Jorge Amado. Antes de chegar à idade adulta, já escrevia nos jornais da sua cidade natal, Divinópolis, e travara conhecimento com escritores como Rubem Braga, Rachel de Queiroz ou João Ubaldo Ribeiro. João Cabral de Melo Neto chamara-lhe “confrade”.
Seguiu como repórter e editor na imprensa escrita e em televisão (entre os 19 e os 21 dirigiu o telejornal de uma emissora afiliada à Rede Cultura de São Paulo), depois de deixar inconcluso o curso de Direito. Uma brevíssima passagem pela escola de cinema fundada por Gabriel García Marquez em San Antonio de los Baños, Cuba, fizera-o decidir-se por deixar o Brasil e retomar os estudos em Paris, aos 24 anos, na área de Letras. Viveu 11 anos em França, para finalmente instalar-se em Portugal em 2010, tendo-lhe sido atribuída a nacionalidade portuguesa em 2024.
Só voltou a publicar poesia em 2022, já em Portugal: o livro Essa outra forma de espelho (Glaciar), finalista em 2024 da 2ª edição do Prémio de Poesia de Oeiras na modalidade Consagração. Participa na antologia As Cores da Liberdade (Gradiva, 2024) – organizada por ocasião do quinquagésimo aniversário da Revolução dos Cravos –, com o poema “Já não em toda a verdade física”.
ton Machado